Novos hábitos de consumo e alguns insights para o esporte se aproximar da Geração Z

Entrelinhas Gestão Esportiva
5 min readOct 19, 2021

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O ato de torcer, acompanhar e consumir um time ou uma modalidade mudou bastante ao longo das últimas décadas. Cativar e atrair a atenção dos fãs tornou-se tarefa árdua e bastante concorrida, com uma infinidade de dispositivos e ferramentas a disposição, e uma concorrência que se expande para além do esporte, “brigando” pelo seu precioso e escasso tempo, os players esportivos se viram diante de um novo desafio, não apenas conquistar novas gerações de fãs, mas também conquistar seu tempo, sua atenção e eventualmente torná-los consumidores ativos de suas marcas.

Esse movimento de mudança cultural e habitual do consumo se dá nas mais diversas gerações, mas temos de destacar uma em específico, a Geração Z, composta por um público diverso, desde infanto-juvenil até jovens adultos, que é majoritariamente constituído por pessoas que já nasceram nativos digitais, e desde muito cedo estiveram imersas neste ambiente, e evoluíram junto, valendo destacar que esta é apenas uma dentre diversas características que fazem parte desse recorte geracional, como, por exemplo, uma participação mais ativa junto a marcas, cobrando seus valores e posicionamentos.

“Cada geração ter sua maneira particular de consumir conteúdo, é algo normal. Todos os anos surgem novos canais, plataformas, aplicativos e isso impacta diretamente no comportamento das gerações”, explica Tiago Serrano, CEO e Fundador da SoluCX, para o site Consumidor Moderno.

Porque destacamos a Geração Z? É esta que já consome e irá consumir ainda mais, inclusive financeiramente, determinados clubes e modalidades esportivas, porém, para que este consumo se torne mais natural, contínuo e gradual, é necessário entender os hábitos de consumo e onde estes consumidores estão, virtual ou presencialmente. Não estamos aqui para defender a mudança de regras esportivas, mas uma adaptação a realidade e ao contexto de consumo destes, não a toa temos vistos “Crossovers” de streamers e campeonatos/clubes esportivos, ou até da NFL + Nickelodeon, recentemente. Estes são alguns exemplos que demonstram alguns passos para aproximação junto a este público.

Após este longo preâmbulo, vamos debater um pouco sobre nossa realidade e uma data específica que todos conhecemos e como nossos clubes podem aproveitar para se aproximar mais das novas gerações de torcedores/fãs. O dia 12 de outubro, como todos sabemos, é popularmente conhecido como “Dia das Crianças” e com esta data gostaríamos de trazer um ponto inicial de reflexão, junto a argumentação supracitada, e reforçar algumas sugestões e estratégias para que os clubes possam se aproximar dos torcedores mirins, e adicionar a seus planejamentos de comunicação/marketing estratégias assertivas de engajar esse público.

Licenciamento

Apesar dos clubes de futebol já possuírem por si só uma relevância própria enquanto marca, e uma influência sobre milhões de pessoas, é importante também reforçar a força que o licenciamento pode trazer enquanto estratégia de marketing/comunicação e como forma de incrementar receitas. O licenciamento é uma ferramenta interessante de troca de influências, entre marcas, e pode abrir um leque de opções de produtos, sejam eles físicos ou digitais, para novos públicos serem impactados por sua marca esportiva. Não é à toa que vemos marcas fortíssimas no público citado, como Fortnite, investindo em licenciamento e diversificação de portfólio, afinal estar próximo ao fã, pode também ser suprido através de produtos e serviços licenciados, não apenas com redes sociais e canais de comunicação, por exemplo.

Co-Criação de conteúdo

Como citado no texto, o esporte está abrindo os olhos para a produção de conteúdo junto a streamers, apostando na influência que estes têm junto a seu público. Com números cada vez mais expressivos, as streams tem demonstrado força e consistência, com os profissionais formando comunidades e pautando até gírias e memes, “meteu essa?”. Se aproximar e co-criar com estes produtores de conteúdo pode ser uma ótima forma de iniciar um diálogo mais próximo junto ao público desejado. Exemplos como o do Gaules + NBA / Athletico + Casimiro, dentre outros, tem reforçado estas possibilidades de estar presente no ambiente em que diversos fãs se sentem mais confortável e se veem representados.

Os nascidos entre meados da década de 1990 e o fim da década passada estão se tornando adultos que trabalham e consomem, mas ainda não são bem entendidos por muitas marcas. Isso porque a Geração Z — ou apenas GenZ — vem transformando a maneira de pensar, de agir e de consumir cultura. Muitas vezes, eles mesmos produzem o conteúdo que consomem, sem intermediários. Trecho retirado da matéria “Família, futuro e diversão: conheça as portas de acesso para a Geração Z”.

Placement em Jogos e a Gamificação

Por último, mas não menos importante, há de se ressaltar o poder de influência que os jogos tem sobre todas as gerações, do Candy Crush ao Free Fire, quase todos estão de alguma forma jogando ou consumindo algo relacionado a jogos e tal constatação torna-se ainda mais latente quando estamos falando da Geração Z. Temos visto marcas gigantes como Boticário, Ifood, Brahma e até a Seleção Brasileira se inserirem nesses contextos de Games, seja através de skins, seja em ativações dentro dos próprios jogos, e este movimento tende a crescer ainda mais, com o aumento do número de marcas dispostas a investir nessa indústria. Por isso para além dos times buscarem parcerias e se fazer presentes nos mais diversos games, não apenas os de futebol, é interessante também reforçar o poder que a interatividade e a gamificação tem de criar laços junto ao público e de promover experiências virtuais de interação.

O Dia das Crianças é uma data interessante para os clubes de futebol se lembrarem e ativarem, esse público ávido por entretenimento e diversão e fazer destes uma prioridade para o restante do ano, buscando assim, fidelizar e conquistar através dos meses e anos o coração e futuramente os bolsos dessa geração, sempre atentando as mudanças de hábitos e de consumo e buscando se adaptar a estas. Esperamos que no seu contexto você consiga atender e entender o público mais jovem e que este texto possa suscitar insights e reflexões sobre o consumo e as formas de aproximação.

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